Durante a transição para o climatério e menopausa, uma das dificuldades a ser vencida é a questão da sexualidade. Oscilações de humor, diminuição de libido e alterações fisiológicas como ressecamento vaginal são algumas das características mais comumente observadas durante esta fase.

Neste período, a mulher pode apresentar menor tolerância e maior irritabilidade diante de assuntos que antes eram encarados com tranquilidade, sintomas cujas intensidades podem depender, também, de fatores socioculturais e psicológicos.

Em relação às queixas sexuais apresentadas, as mais comuns são o ressecamento vaginal e dor à penetração, diminuição do interesse sexual, ardência à penetração e eliminação involuntária de urina durante as relações sexuais. A diminuição da libido pode ser atribuída às modificações anatômicas e funcionais decorrentes da redução estrogênica: os tecidos vaginais tornam-se mais finos e há a diminuição da elasticidade e da lubrificação. Com isso, as relações sexuais tornam-se desconfortáveis.

De acordo com estudos feitos com mulheres climatéricas, foi possível perceber que, para além das questões hormonais envolvidas, um bom relacionamento entre o casal é fator fundamental para que a sexualidade seja vivenciada de forma plena pela mulher. A sexualidade humana envolve uma multiplicidade de fatores inter-relacionados, sendo influenciada por fatores psicológicos, sociais e culturais, e muitas mulheres afirmam que a monotonia dos relacionamentos e a falta de diálogo interferem diretamente na sexualidade.

É importante que o casal tenha compreensão mútua e liberdade para conversarem sobre as dificuldades que apresentam, buscando superar as limitações em conjunto. Quando a mulher se sente amparada e compreendida por seu companheiro, sua autoestima e segurança aumentam, melhorando a qualidade da vida sexual.

Nos casos em que a mulher climatérica apresenta dificuldades no âmbito sexual, conversar com o ginecologista é imprescindível. O mesmo pode avaliar a necessidade de reajuste na TH, uma vez que o equilíbrio hormonal ajuda a combater os sintomas citados, ajudando, mais uma vez, na melhora da qualidade de vida da paciente.